Teu suor, que meus lábios degustam na avidez deste abraço partilhado no calor desta paixão, onde sêmem e transpiração, mesclam-se vorazes neste ato de lasciva agonia por um clímax que desejamos, seja eterno. Teus lábios (importam quais?), secretam sumo, seiva e saliva, sorvidos no acoplar de nossos desejos, na impaciência dessa obsessão. Teu gozo, um concreto substantivo que nutre corpo e alma e converte esta carnal abundância, em um ciclo de profuso e ardente replicar, onde nossos apelos, verbalizados entre olhares e carícias, projetam-nos em direção as inquisitivas chamas da paixão, emoldurada nos alicerces dessa bendita sofreguidão J R Messias
Latejante fico no desabrochar úmido de tuas flamejantes pétalas a gotejar abundância orvalhada destes teus ardentes lábios. eles convidam-me a fruir de um febril delírio em cuja entrega, deleito-me e rendo-me, calcinando, assim, essa fome de tanto esperar, pela tua flor e teu gozo, enfim, desfrutar. J R Messias
Quanto vale um amor oculto pelas tramas, se a imagem que ostenta é da sisudez divina de um véu islâmico ? Destruímos sendas e pontes e o teu porto não mais garante ser o ancoradouro seguro dessa minha paixão, inundada de rios e maresias, que na maré alta, teu corpo deseja navegar e na maré baixa, vislumbra o sistêmico adernar deste amargo sentimento de te amar. J R Messias
Tua presença luminosa, lúmen de terna candura lúcida ao projetar tua luz no crepúsculo daqueles que a amam. Lu, Luna, lúdica, um plural feminino e fiel, de quem brilha e partilha beleza e carinho de forma única como se a vida fosse um eterno cordel. J R Messias
Do alto dos minaretes, clamei meu amor por ti, mas teu agnóstico coração, nem notou. segredei minha paixão como um Imã recolhido em oração, mas teu desértico querer, dispersou meus sentimentos, numa Saariana tempestade de lamentos, que carreou amor, carinho e juramentos e deixou neste teu amante peregrino, apenas a sina de transcrever em versos minha paixão, tal qual um evangelho em pergaminhos. J R Messias
Montante .... Começo, expectativas, fantasias, promessas que crescem, no ritmo dos afluentes, a avolumarem as paixões inconsequentes. Jusante ... Um quase epílogo, daquilo que se ousou sonhar, o que era franco, torna-se sinuoso, esquivo e refratário, num lento amoroso fenecer. Estuário ... Desenlace, dispersão do, outrora, homogêneo, o desfecho do que foi belo para, no fim, legar a solidão. J R Messias
Poeira, de poemas acumulados, ao pó retornados Poesia, corpo envelhecido, fim da caminhada Rima, rota crepuscular de um roto desejo de amar. J R Messias
Cruzar o meu olhar com o teu, o ofegante afago de um desejo. Acariciar tuas mãos, um pulsar desritmado, sortilégio para o coração. Beijar tua boca, o desfalecer apaixonado dessa ilusória procura da criatura amada. J R Messias