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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Small river


Fostes minha pequena,
não no tamanho
e nem na saudade arredia,
que pulsa nesta alma entorpecida.
Fostes minha pequena, 
um pequeno riacho, 
no qual banhei meus sonhos e desejos,
de um amor temporão,
onde guardei a ilusão de um dia
navegar em tuas águas de curso estreito,
mas tão turbulentas quanto o teu tempestuoso olhar.
Fostes, quase, minha pequena que, imensa,
ocupa cada substrato de uma paixão,
desenhada na intensidade e irresponsabilidade,
de um sentimento tão avassalador, que ficou marcado
nas fibras descabeladas de meu coração.


                                    J. R. Messias

                    Imagem: warriorcatsrpg.com

terça-feira, 29 de julho de 2014

Sentimetálico


Num mundo de amores plastificados,
naturalizam-se sentimentos desatentos,
transformam-se amizades em meros contatos
e fazem das amizades, objetos insondáveis e isentos.

Mesmo que dispa-se a carne,
a aura dispersa a pureza do conteúdo,
o continente perde seu cerne,
e o ser desfaz o seu contorno.

Na nudez decrépita e expositiva,
busca-se a atenção, travestida de interesse,
esquece-se o valor da vida  putativa
e constrói-se anteparos para, a si, proteger-se.

Devaneios, meros e incontáveis, entrelaçados,
clamor pela atenção, sinuosa e matreira,
ânsia represada pelos diques do cansaço,
no ensejo pela justa vida fagueira.

                    J. R. Messias

       Imagem: sentimetalico.blogspot.com

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Obscuridão


Na noite em que fostes embora,
teu sorriso se fez distante,
teu perfume se fez marcante,
mas teu corpo tornou-se ausente.
Apartado de ti,  
legado a uma saudade lacrimosa
e de uma solidão dolorosa,
busco fugir das armadilhas que fragmentam, pungentes,
o meu caminhar nestas sendas da solidão,
tal como um cego a tatear os signos 
que decifram onde oculta-se teu ser,
cuja ausência oblitera a luz
e obscurece meu viver.


       J. R. Messias


Imagem: emeirajunior.blogspot.com

Estelar


Como uma estrela matutina,
trazes ao meu alvorecer
a luz de uma esperança
que nem mil sois 
seriam capazes de ofertar.
Teu brilho estelar,
derrama em mim,
uma constelação de sentimentos
que traz alívio e alento ao meu corpo,
que orbita ao redor do teu,
como um solitário planeta que precisa
de tua luz e calor.
Como uma fulgurante Vésper,
ofereces ao meu entardecer,
o afago e o carinho de uma  espera
de toda uma vida de ter, contigo, 
o prazer de uma paixão ensolarada,
pois és, do Cruzeiro do Sul de minhas paixões,
a minha eterna e única Estrela de Magalhães.

       J. R. Messias


Imagem: lenteestelar.blogspot.com

quarta-feira, 9 de julho de 2014

No compasso


Fui surpreendido, por obra e graça 
de um rebelde Serafim que, em mim,
sua seta foi lançada, deflagrando, incontinente,
este amor que em mim esteve, tanto tempo, ausente.
Meu coração, agora, trespassado, pela precisão sagrada deste amor,
percorre milhas como se fossem feitas de rimas, para afugentar,
qualquer forma de dor.
Brindo agora, ao expurgo dessa incerteza,
que nublava de medo meu firmamento
trago, também, o antídoto contra a torpeza
e tochas flamejantes para iluminar e findar todos os tormentos.
Exato na certeza dessa paixão, que hoje me encontro,
ergo pontes, túneis e viadutos, para esse amor poder alcançar,
e com ela poder bailar, seja na suavidade de um Wagner Tiso
ou na intensidade e swing de um João Donato.

                      J. R. Messias

Imagem: www.portalmusica.com.br

domingo, 6 de julho de 2014

Sede



Teu verbo, exato como toda a preamar,
traça limites delineados pelos signos
consanguíneos de um amor fluvial
que transpõe as margens de meu rio,
a inundar minhas margens e a encharcar
meu íntimo desejo, com tua fremente
e envolvente boa vontade amorosa,
disseminando pelo meu caminho, 
fontes  que brotam em minh'alma como olhos d'água,
para saciar a sagrada ansiedade que tenho de ti.



                       J. R. Messias

Imagem: igrejavirtualsemeandoapalavra.blogspot.com

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Páramo



Há um silêncio burocrático,
nesta troca de olhares em que
tentamos verbalizar sentimentos,
no absenteísmo de nossos momentos.
A ausência de um simples carinho
que partilhávamos, na outrora
primavera de nossas vidas, hoje, reduziu-se
a um invernal solfejar de lamentos assincrônicos
de palavras mundanas, exortadas,
para a solidão complementar.
Em qual soluço do tempo, nosso 
sincronismo amoroso, desandou ?
em qual banco de areia, 
nosso navio encalhou ?
Nem o tempo poderá, então, responder 
pois ele demarca a sina e o destino
de todo amor/paixão, que um dia acabou.


                               J. R. Messias 


Imagem: www.unipymes.com